segunda-feira, 29 de agosto de 2011

LUGARZINHO DISTANTE

Num lugar muito distante
Onde a morte vive a observar
O sol castigando a terra
A boiada só faz caminhar.

Mulheres,homens e meninos
Vão seguindo a procissão
Com a fé que ainda existe
Com o sol quente sobre o chão.

O sabiá que cantava o seu canto
O sertão já deixou de escutar
Ficou o ermo,o silêncio a esperança
O girasol deixou de brotar.

O povo tinha muita fartura
Aroz,mandioca e milho pra munguzá
Nunca mais choveu na roça
E nem o diabo bateu as botas por lá.

Quando morre o dia no fim da tarde
Os vaga lumes chegam com a escuridão
Maruim,besouro e pernilongo
Dão voltas em um velho lampião.

E chega a noite com a lua nova
Os cantadores vão tocar
Tem pandeiro,sanfona e viola
Triângulo,zabumba e até ganzá.

Dançam e festejam a noite inteira
Vai tocando até o dia raiar
Zé pingunço,Januário e Severino
Improvisam o repente popular.







Walter Poeta


Nenhum comentário:

Postar um comentário