sexta-feira, 22 de julho de 2011

OS OLHOS DE UM GAVIÃO

No meu sertão
Falta água para o chão
Falta a mulher amada
Pra conquistar meu coração.

Meu coração
Faz tempo que vive sozinho
Só o canto de um passarinho
Pra acalmar a solidão.

Minha solidão
S se compara com o sertão
Tem cactos e tem espinhos
E de noite na madrugada
Vagalumes voam em vão
De dia cobra e tatu dão cria
Aos olhos de um gavião.

E o gavião
Está com fome e cansado
Vê cumprindo sua missão
Sem perder a esperança
Ele procura um pobre rato
Para sua refeição.

E o pobre rato
Nunca mais apareceu
pois o queijo suíço
Ele nunca mereceu
Mas seu destino deus traçou
Fez o gato para comer o rato
E o gato a cobra do mato picou.

Lá em cima um gavião exausto
Com fome observou a situação
Viu o sol castigando a terra
A terra árida do sertão
Percebendo que a coisa estava braba
Gavião bateu as asas
E foi caçar em outra região.











Walter Poeta

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