sábado, 23 de julho de 2011

DESCONHECIDO

Eu estou vivo
E em todos os lugares que eu vou
Eu sinto a morte perto de mim
Olho pro lado,
Olho pro outro
E em voz baixa eu reclamo
Deixe-me em paz
Não sei o seu nome
Quem é você?
Não tem outra roupa
Melhor que essa?
Por favor larga essa foice
Pelo amor de deus!
Por que queres ver o meu
Velório tão cedo?
Deixe-me em paz
Não quero ser um tal defunto
E nem um morto triste
Quero curtir a juventude
Fazer a prosa e a poesia
Eu quero viver um pouco
Nesse mundo caloroso
Deixe-me em paz
Meus poemas precisam de mim
E da minha inspiração
Deixe-me em paz
Mal sei respirar
mal eu conheço a fadiga
Do meu corpo
E não experimentei
O amor ainda
Deixe-me em paz
Não tenho culpa de ser pecador
Não tenho culpa de ser triste
E tu queres
Ver as minhas flores
Assim tão cedo?
Deixe-me em paz
Eu sei que trabalho
Mas eu não tenho
Ainda o dinheiro
Suficiente para
Comprar o meu caixão.







Walter Poeta

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